Ao encontro do Eu

04/03/2012 22:17

 

 

Há uma frase da qual gosto muito e costumo repetí-la e dizer aos outros quando posso, é uma citação do Deepak Chopra: “Não somos seres humanos tendo experiências espirituais, somos seres espirituais tendo experiências humanas”. Além desta uma mais simples, como afirma Nilton Bonder: “Não somos um corpo que tem uma alma, somos uma alma que tem um corpo”. A essência de ambas as citações não são novidades. O antigo Oriente se empenhou por milhares de anos em desenvolver sua ciência e tecnologia no âmbito espiritual e religioso, e o ocidente esteve envolvido basicamente nas questões materiais.

Agora ambas estão se unindo, se fundindo, dando um salto, a religião e a ciência, o oriente, o ocidente, a espiritualidade e a física quântica; se unindo para comprovar as citações acima, que nós enquanto seres essencialmente espirituais, estamos tendo experiências humanas e somos energia assim como tudo o mais a nossa volta  que aparentemente se apresenta diante de nossos sentidos como material, sólido, intransponível... enfim, toda matéria é somente energia, também nosso pensamento é feito de energia, absolutamente tudo, o universo total é somente energia, não existe matéria no universo; assim como não existe tempo no universo a não ser o eterno agora, apenas o momento presente, só o presente tem existência no universo. Isto não são conclusões minhas (apesar de sentir isso tudo), os antigos sábios já entendiam disto e atualmente são os experts, os cientistas, a ciência que está comprovando tudo isso.

            E, assim, se quisermos, podemos começar a vislumbrar uma realidade totalmente diferente, uma realidade escondida, pela nossa própria mente - maya, uma realidade sob os véus da ilusão da mente.

            Muitas das escrituras antigas e sagradas de vários povos já continham muitas informações de onde viemos, quem somos e inclusive para onde estamos indo. Também se reproduziu por milhares de anos muitos destes conhecimentos.

Percebo o quanto ainda estamos mergulhados no sofrimento da existência, procuramos paz, amor, saúde, harmonia, prosperidade, felicidade... e não a encontramos. Na realidade estamos procurando isso fora de nós, pois esquecemos, somos inconscientes de que possuímos tudo isso, tudo isso está dentro de cada um de nós e só alcançaremos isso quando despertarmos do sono, quando acordarmos da ilusão, do sonambulismo do qual nos arrastamos desde o nascimento. Procuramos o amor fora de nós, nos outros, em relacionamentos mil e como poderemos amar se não temos amor para dar? Se não encontro em mim amor? Como posso dar ou compartilhar daquilo que não possuo? Como posso ser próspero se em meu interior só tem espaço para a carência, a falta, a pobreza?

            Até hoje nos enganamos esperando que as transformações comecem de fora, na sociedade, nos outros, na pessoa ao meu lado; nos iludimos achando que mudando o exterior, a aparência, mudaremos nossa essência, nosso ser. Reflita quantas vezes você já fez isso: comprou algo achando que iria preencher seu vazio interior; ou se divertindo consumindo algo você iria amenizar seu sofrimento, há inúmeros exemplos de como nos furtamos a perceber nossa realidade, encontrando subterfúgios passageiros ou soluções em placebos...

            A questão é, se até agora nada, absolutamente nada, inclusive nossa ciência, não nos tornou melhores em todos os sentidos, nem nos fez mais evoluídos, porque ainda persistimos? Se apenas encontramos sofrimento e infelicidade porque ainda insistimos nos mesmos modelos e valores? Ainda continuamos competindo uns com os outros em todos os setores e antagonicamente ansiamos por paz e harmonia, mas o que está errado então? Toda a nossa sociedade se tornou esquizofrênica, antagônica... Como, por exemplo, iremos viver sobre um planeta que tem seus recursos físicos e naturais finitos se nossos desejos e consumismos são infinitos?

Não é por acaso que atualmente se insiste tanto em consciência ecológica e preservação do meio ambiente. Enquanto não nos voltarmos para dentro, para nosso interior e lá encontrar respostas continuaremos reverberando medo, raiva, ódio, destruição, sofrimento, angústia, miséria...já que todo pensamento e emoção é feito de energia, a mesma reverbera, se expande pelo universo; o que você vai escolher? Qual sentimento você está emitindo? Onde está a saída?  

Temos vários recursos disponíveis em nosso mundo para alterarmos completamente todo este cenário absurdo, no entanto toda busca, todo início, toda largada está dentro de cada um. Não existe um método certo e perfeito, não há maneiras mais eficientes; todo o começo se dará a partir do indivíduo, a partir da própria pessoa. Enquanto ela não abrir sua porta interior e saber quem é nada de positivo em absoluto mudará. Primeiro é fundamental que cada um de nós saiba mais de si-mesmo, quem se é, o que veio fazer nesta vida, por que nasceu, para onde almeja ir, qual o seu propósito nesta existência efêmera, o que o move nesta vida; você encontra mais felicidade e harmonia ou o oposto?...

            Mas nem tudo está perdido, há vários sábios e seres realizados e iluminados que já nos apontavam o “caminho” para a realização enquanto tal, ou melhor, para sairmos do círculo vicioso da existência e do sofrimento. Atualmente esta-se resgatando aqueles ensinamentos valiosos. Um desses ensinamentos nos propõe que vivamos apenas no presente, focando toda a atenção no aqui-e-agora; estar presente onde estivermos e no que estivermos fazendo; colocar todo o nosso ser ali, estarmos inteiros naquele momento, não importa onde ou o que estamos fazendo. Agindo assim nossa vida começa a dar um salto quântico de qualidade. Além de conhecê-los é fundamental praticá-los. Conheço muitas pessoas que dizem saber disto tudo e muito mais, ou que são religiosas e, no entanto não  fazem nada para mudar como são, continuam agindo e pensando da mesma forma, seguindo os mesmos padrões e vivendo na mesma farsa.

            Nosso mundo é um mistério e um absurdo, a vida é fascinante e misteriosa também, na realidade tudo é inefável, não há como falar; sentir e ver já basta...